As moscas pertencem à Ordem Díptera. Caracterizada pelo tamanho reduzido das asas traseiras (halteres ou balancins) e pela proeminência das asas dianteiras. Conhece-se aproximadamente 120.000 espécies de dípteros e estima-se que existam mais 1 milhão de espécies viventes.
Podemos reconhecer as moscas pela cabeça, nitidamente distinta e móvel, com dois grandes olhos facetados, isto é, como se fosse dividido em várias partes (facetas). Algumas moscas possuem o aparelho bucal com capacidade de absorver líquidos, enquanto que em outras o aparelho bucal é do tipo picador.
Apesar de algumas espécies serem nocivas, muitas são úteis na polinização de flores, decomposição da matéria orgânica, fonte de alimento para peixes, anfíbios, répteis, pássaros, etc. Além de que as espécies de Drosophila são utilizadas como animais experimentais principalmente para estudos genéticos, podendo trazer benefícios ao homem. Outras espécies são utilizadas como agentes de controle biológico de plantas daninhas bem como de insetos pragas.
Quanto à alimentação, geralmente ingerem fezes, escarros, pus, produtos animais e vegetais em decomposição, açúcar, frutas entre outros. O alimento deve estar na forma líquida ou pastosa para que a mosca possa comê-lo. Para isso ela lança uma substância (saliva) sobre o alimento para dissolvê-lo e assim poder ingeri-lo. São insetos ativos, principalmente durante o dia, e repousam a noite.
Principais Espécies
Musca domestica (mosca doméstica)
Também conhecida como “mosca-doméstica”, esse inseto mede cerca de 6 a 8 mm. Em geral, indivíduos dessa espécie possuem cor acinzentada e abdome com reflexos amarelados. Possui probóscide robusta e flexível que é utilizada para lamber. Essa espécie possui distribuição geográfica mundial. É sinantrópica, ou seja, possui capacidade de se adaptar ao meio urbano, além de possuir alto índice de endofilia o que indica que é frequentemente encontrada dentro de residências urbanas e rurais. As condições sanitárias influenciam na presença desses insetos no ambiente. Quanto maior a deficiência no serviço de coleta de lixo urbano ou tratamento do esterco de animais, maior a incidência da Musca domestica. O agravante é que ela pode transmitir organismos patogênicos (vírus, bactérias, protozoários, helmintos) para o homem e animais domésticos. Vivem praticamente na dependência direta dos ambientes habitados, utilizados ou frequentados pelo homem. Os ovos são brancos e alongados e depositados em qualquer matéria orgânica fermentável, como por exemplo, lixo ou fezes. Eles eclodem em 24 horas e liberam suas larvas. Estas passam por três estágios e são claras e movimentam-se ativamente. O alimento dessas larvas pode ser substâncias líquidas e bactérias. Os adultos vivem por, aproximadamente, 30 dias e alimentam-se de substância animais e vegetais, principalmente os açucarados.
Cochliomyia hominivorax (mosca- varejeira)
Popularmente é conhecida como mosca- varejeira é a mais importante causadora de miíase obrigatória. É uma mosca robusta com aproximadamente 8 mm de comprimento. Sua cor é esverdeada e possui reflexos azul-metálicos. Os olhos são de cor avermelhada e o resto da cabeça amarelo brilhante. As pernas são alaranjadas. As larvas, já maduras, medem aproximadamente 15 mm de comprimento e possuem cor branco-amarelada. Geograficamente essa espécie é encontrada nos EUA, nas Antilhas e em quase toda a América do Sul. São mais abundantes em climas quentes e úmidos. Ciclo de vida: os adultos só copulam uma vez, o que ocorre 5 dias após o nascimento. Após a cópula, fazem a postura dos ovos nas aberturas naturais do corpo, como narinas, vulva e ânus ou em feridas recentes e incisões cirúrgicas. A quantidade varia, em cada local, de 10 a 300 ovos aglomerados uns aos outros. A eclosão ocorre após um período de incubação que pode variar de 12 a 20 horas e as larvas eclodidas se alimentam do tecido ao redor destruindo-o. Após 4 a 8 dias, as larvas estão maduras e durante esse período sofrem duas mudas. Espontaneamente caem no solo e enterram-se na terra fofa ou sob folhas e transformam-se em pupas. Cerca de 8 dias depois, essas pupas originam o adulto, sempre no verão, pois no inverno a fase de pupa pode durar mais de dois meses. Os adultos alimentam-se de néctar, suco de frutas, secreções de feridas, etc. Em chão úmido ou sobre plantas aquáticas.
Controle e Prevenção
O controle não é fácil de ser feito, muitas vezes exigindo medidas diferentes para cada espécie. Em geral, só se utilizam medidas de controle quando a população destes insetos alcança um número alto capaz de provocar distúrbios ou transmitir doenças. Para se avaliar a eficácia das medidas de controle utilizadas, muitas vezes é necessário fazer uma estimativa da população existente. Essa estimativa pode ser realizada com bastante segurança e eficácia fazendo-se inspeções com ou sem coletas de adultos e larvas. Essa estimativa nos dará uma informação do número, dos tipos e da localização dos criadouros, direcionando o melhor método de controle. Em geral, pode-se afirmar que a deficiência dos serviços sanitários, como coleta e depósito de lixo, favorece a multiplicação de moscas. O controle biológico é muito eficaz. Entretanto, para ele ser realizado, deve-se obter um estudo detalhado da biologia da mosca e seu papel no local.
A prevenção ideal das moscas é realizado através de saneamento ambiental, isto é, na eliminação das condições que propiciam a existência de locais onde se acumule lixo, restos alimentares, matéria orgânica em decomposição, etc.